Mas quando ele lá chegou, não estava pensando nesse tipo de coisa. Qual o problema se chover, também? Não era como se ele tivesse roupas para tirar do varal.
Não sabia o que fazer enquanto estava indo, e não descobriu o que fazer quando chegou.
Alguém sabe o que se faz para acabar com a droga das borboletas??!
É melhor ir embora. Achar um hobby, uma distração, qualquer coisa que faça isso passar mais rápido. Porque, passar, isso ele sabe que vai. O problema é como aguentar até que isso aconteça. A vontade de chorar ininterrupta e a secura nos olhos. No fundo ele sabia, de alguma forma, que isso iria acontecer, desde a primeira vez, desde a primeira vez. Desde a primeira vez que leu seu nome. Já era intimidante mesmo antes de se conhecer, e talvez até por isso mesmo essa atração. O pior foi a confirmação de tudo o que não queria, não podia, não devia e tanto consumia depois de se conhecerem. Não sabia ao certo, mas o melhor provavelmente era ir embora.
Virou as costas e partiu, lembrando-se de um filme que havia visto uns tempos atrás. Um homem que tinha um dom especial de com suas mãos retirar as enfermidades das pessoas e, quando isso acontecia, saíam de sua boca vários fragmentozinhos de sei-lá-o-quê que lembravam minúsculas borboletas. Pensou que suas borboletas podiam sair de dentro de seu estômago da mesma maneira, e quem sabe tudo voltaria a ser como antes.
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