29.9.04

Holden Caulfield II

“É engraçado. A gente nunca devia contar nada a ninguém. Mal acaba de contar, a gente começa a sentir saudade de todo mundo.”

J. D. Salinger – O Apanhador no Campo de Centeio

Holden Caulfield I

“Bom mesmo é o livro que quando a gente acaba de ler fica querendo ser um grande amigo do autor, para se poder telefonar para ele toda vez que der vontade.”

J. D. Salinger – O Apanhador no Campo de Centeio

Projeto Afrodite 2005

Shake, baby, shake
Whole lotta shakin' goin' on

28.9.04

Pressa

Nem toda correria é stress.

A gente corre para chegar ao fim de semana mais rápido, corre para um encontro especial, corre para ficar em forma, corre para dar tempo.

Na verdade, a gente corre para a vida não passar correndo pela gente.

27.9.04

Pra ver meu bem corar

Teve alguém que um belo dia me falou assim:
Amar-te-ia, eu te seguiria pro fundo da sombra azul
Veja bem, não é querendo me gabar
Mas como confiar em quem faz juras
E depois finge acordar?

(Marina Lima/Antonio Cícero)

If we met tomorrow

for the very first time, would it start all over again, would I try to make you mine?

E.R.

Sabe quando a pessoa já morreu, viu a luz e tudo mais, daí vem um imbecil com o desfibrilador e dá-lhe um choque, depois outro, e outro até…

Não, calma, pra quem já fez a associação com a situação atual, posso assegurar que nenhum amor ressuscitou.

Por que é tão difícil para as pessoas entenderem que histórias acabam?

Sentimentos mudam, a vida segue. Se o caso foi abandonado, é porque ao passado ele realmente pertence.

Não tem como esse flashback forçado trazer algum bem a quem quer que seja.

Eu, particularmente, fico com um gosto muito amargo na boca.

E, sinceramente, estou chegando à conclusão de que prefiro gosto nenhum.

Me deixem em paz.

Se houve alguém que saiu perdendo nessa história fui eu.

24.9.04

SantAna

Sabe, eu tento. Juro que tento. Acredito que ninguém mereça ser pré-julgado, por isso procuro não sair falando mal das pessoas por aí. Principalmente se não as conheço muito bem ou se não tiverem feito nada de mau diretamente à minha pessoa.

Mas tem gente que faz, faz, faz, até conseguir perder meu respeito. É foda.

Vou tentar com todas as minhas forças superar tal episódio e apenas considerar sua atitude insegurança, torcendo para que ela amadureça e adquira um pouco mais de educação e bom senso.

Mas, por enquanto, pelo modo como me senti, tudo posso dizer é que sua implicância ganhou minha reciprocidade.

Ou, em outras palavras, quem procura acha.

Amém.

21.9.04

Carta a Marcelo

Ele vinha sem muita conversa, sem muito explicar…
Não, não, isto não é verdade! Ele falava pelos cotovelos e sempre explicava tudo minuciosamente, o que me deixava extremamente irritada.

Incapaz de responder uma pergunta com um “sim” ou “não”, era indeciso até para escolher o que ia no recheio do sanduíche. Foi logo se encrencando com a moça da cantina, que demonstrava muito pouca paciência com ele.

Aliás, pouca paciência era o que eu tinha também. Como a gente se estranhou no começo… Eu achava que a qualquer momento voaria em seu pescoço para obrigá-lo a responder minhas perguntas em menos tempo. Logo percebi que ele não ia muito com minha cara também.

O que exatamente mudou e quando isso aconteceu, não consigo precisar. Mas sem que me desse conta estava confidenciando histórias para ele, almoçando junto, falando besteiras.

Acabamos nos entendendo como ninguém nos trabalhos. Nos tornamos uma dupla de verdade, daquelas que sabem o que se passa na cabeça do outro e que gostam de criar tudo junto. As madrugadas deixaram de ser um muro das lamentações e passaram a ser mais parecidas com um híbrido de Jackass e Saturday Night Live. Inauguramos as famosas Lex Nights, e suas imitações vão ficar para a história.

Talvez tenha sido o cabelo… Esse é um detalhe bastante importante, o cabelo dele é um dos mais bonitos que eu conheço. Apareceu com ele bem curtinho e, depois de muita insistência para que deixasse crescer (não sei se eu realmente fiz diferença nesse processo, mas gosto de pensar que sim), ficou repleto de cachinhos chuchus…

É engraçado como se pode mudar tão radicalmente de opinião a respeito de uma pessoa. Sei que ele tem o mesmo questionamento, não esperava que seríamos tão próximos.

E é exatamente isso que faz tudo ser mais difícil. Desde que soube que ele partiria, fiquei com uma sensação estranha, uma angústia constante. Sei que devo ficar feliz por ele, é uma conquista, um lugar melhor. Mas vou perder tanto que nem conseguiria explicar.

Hoje é seu último dia aqui. Amanhã ele não vai estar sentado na minha frente balançando os cachinhos, sorrindo feito criança com alguma história para contar. Não subiremos juntos para assitir ao pôr do sol ou desabafar desaforos que ocasionalmente ouvimos. Nos momentos mais difíceis, não haverá aquela piada sem graça que me tira o fôlego de tanto rir, ou um carinho que espante a permanente sensação de estar sozinha.

Amanhã ele não vai estar aqui.

Meu amigo vai embora, e eu vou sentir muito a falta dele.

13.9.04

Angústia

Às vezes é tão mais confortável fazer coisas sem que se precise pensar…

Fiquei um tempão mexendo no template do blog, inserindo links, mudando ordens, ajeitando aqui e ali…

Agora terei que parar para fazer uma (01) frase, veja bem, que tem me causado dor de cabeça há dias. Eu disse dias.

E isso vai me dar muito mais trabalho que decodificar todas essas tags que usei no template.

Acho que é todo um problema relacionado à pressão relativa a cada atividade. Se você conhecesse o Leão que domina este território, entenderia minha angústia.

Eu, que sou no máximo uma gazela ou uma zebrinha aqui na savana, um semiágil suricate. Pobres de nós, presas fáceis.

...

Incomoda o post com a foto do gato, preciso desabafar. Ele é teen demais para uma velhinha mal humorada como eu. Mas a semelhança é tão grande, quem conhece a Tommie pode confirmar. Encontrei a imagem em um folheto da Epson, e o título original era “Não compre gato por lebre”.

Chavão dos chavões. A Tommie merecia mais.

Chão de Giz

This is my new blogchalk:
Brazil, São Paulo, Vila Olímpia, Portuguese, English, Ana Succi, Female, 26-30. :)

2.9.04

Hoje deu saudade

Tinha o tempo
Que você sentia
E sentir
Era a forma mais sábia
De saber
E você nem sabia.

Alice Ruiz