6.6.08

A Ilha

Meu lar é um flat cercado de Sérgio Arno por todos os lados.

Moro em cima do Vecchia Cucina, considerado um dos melhores restaurantes italianos de São Paulo. Algumas quadras à frente, está o Alimentari, "boteco" fino que de boteco não tem nada. Atravessando a rua, fica o Rotisserie di Sérgio Arno, onde se pode comprar as massas para levar pra casa. Ainda na mesma rua, encontramos o La Pasta Gialla; na Rua Iaiá, o Boteco da Pizza e a Universidade da Cachaça; na Joaquim Floriano, o General Prime Burger.

Pois é, muitas opções. Teoricamente tudo muito bom, certamente, tudo bastante caro.

Ontem eu e o namorado nos demos por vencidos e, em vez de uma cervejinha no ótimo e despretensioso Hugo, nosso destino habitual, fomos conhecer o Alimentari.

Seu jeito casual, sua cara de bar, só se confirmam no péssimo atendimento dos garçons. Nos lembrou alguns famosos bares de Porto Alegre. A comida, pelo que vimos no cardápio, parecia ser muito boa, mas não tinha nada de descontraída, no, sir! E nós que queríamos petiscar, pedimos uma porção mista de pastéis que ficaram bem abaixo da expectativa. Não, vamos ser claros: estava ruim, mesmo.

O cardápio explicava que o restaurante é uma opção para quem aprecia a gastronomia do Arno mas procura preços mais acessíveis. Bem, não foi o que encontramos. Temos o cardápio do Vecchia Cucina bem no nosso nariz no flat e sabemos quanto custa; a diferença, se é que existe, é muito sutil.

O serviço era desatencioso, os garçons mal-educados, a mesa que estávamos esperando foi destinada a pessoas que chegaram depois de nós. Os rapazes ficavam parados ao nosso lado, de costas, com suas bundas excessivamente próximas a nosso rosto, falando "manês" entre si. Podíamos ouvir seus comentários a respeito dos clientes, o que afastou a minha suposição de que o tratamento ruim que estávamos recebendo se devia à nossa falta de terno & tailleur.

Bem, decidimos ir embora sem comer, não conseguimos ficar mais tempo ali. Climão, mesmo. Até houve uma preocupação da hostess ou gerente ou whatever, mas só depois que pagamos nossa conta e demos uma reclamadinha. Foi uma experiência bizarra.

O pior é que a essa altura da noite, por volta de 21h30, o Hugo já tinha fechado suas portas e ficamos órfãos. Acabamos no Arpejes, boteco sem-vergonha na esquina de casa, mas que pelo menos não finge ser o que não é. Foi bem mais divertido.

Na próxima tentativa vamos direto à fonte: o Vecchia Cucina parece no mínimo ter um bom pianista animando a noite.

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