A pessoa que está me hospedando aqui em Porto Alegre tem que chegar bem cedo na agência. E eu venho junto com ela, já que não sei quase nada sobre a cidade ainda.
Juro que não tenho ido dormir tarde, na medida do possível. Mas mesmo assim, já são 11 horas da manhã e o organismo não entendeu que de nada adianta ficar nesse estado letárgico. É o terceiro dia consecutivo, pôxa! Sigo lutando contra meus próprios olhos, que pesam toneladas pela manhã.
Por esses motivos, acabei de tomar o primeiro café neste novo emprego. Foi bom. Pequenas coisas do dia-a-dia de uma agência que você nem imagina fazer qualquer diferença trazem sorrisos tímidos, quase internos, a alguém que passou cerca de três meses vendo a vida pela tv, acomodada em sofá bem confortável.
Arrumei a mesa, joguei fora antigos papéis que não me pertenciam, passei um pano para tirar a poeira, arrumei os rafiators embaixo do teclado. Perguntei se alguém precisava de rafiators, recebi olhares confusos como resposta, mas já imaginava.
Nem sempre a gente entende as expressões (lingüísticas e corporais) uns dos outros, e quando o humor está bom, isso pode ser bem legal.
Ontem não pude sair para almoçar, então pedi uma salada para comer aqui mesmo. Já era tarde e as pessoas estavam voltando do break. Ofereci a salada, perguntando se estavam servidos, e eles responderam em uníssono: “sim”. Achei estranho, esperei alguém se aproximar para aceitar, mas ninguém se mexeu. Cheguei à conclusão que “sim”, no caso, significava “não”. Foi engraçado.
Meu ritmo, em todos os sentidos, ainda não voltou ao normal. Aos poucos vou me acostumando. É ruim estar em um lugar onde ninguém conhece você. Ao mesmo tempo, é ótimo pensar na quantidade de pessoas que há para conhecer.
Mas, de tudo o que já me aconteceu desde que deixei São Paulo, o que mais me trouxe a sensação de trabalho foi aquele café. Quente, forte, posando ao lado do teclado, ele pôs fim a um período estranho da minha vida.
E, mesmo que um período ainda mais estranho comece, será uma nova história para contar.
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