eu sei ser infeliz sozinha.
eu sei ser infeliz acompanhada.
mas tenho em mim vontades que mal cabem em mim.
rascunhos alheios à minha realidade pela falta de cúmplices.
que vida incrível é essa do outro lado da vitrine.
eu pensava que na hora certa tudo aconteceria naturalmente.
e que os bailes e as festas e as aventuras se apresentariam humildemente à minha porta.
sortidos de amigos, amores, velhos estranhos e novos desconhecidos.
juntos seguiríamos a largos passos, grandes goles e pouco raciocínio.
zeus riu.
hoje tenho a angústia pulsando no peito e a cara colada no vidro.
pois eu não queria nada e tudo estava bem.
agora eu quero algo e tudo é frustração.
mas acho que posso enfim aprender a ser diferente.
talvez eu possa cometer meus crimes sozinha.
aberta a todas as possibilidades que a falta de expectativas pode proporcionar:
quem sabe eu possa ser feliz sozinha.
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