5.1.05

Al dente

Ah, Ilha do Mel, até suas pedras são doces...

Sintaxe

Já parou para pensar como mudam as coisas por uma simples questão de perspectiva? Por exemplo: você conhece alguém, troca telefones. A pessoa liga. Você, como não esperava essa ligação, acha a pessoa inconveniente e mal-amada.

Situação B: você esperava pela ligação, que nunca acontece. Conseqüentemente, vai achar a pessoa grossa, arrogante e responsável por fazer você sentir-se um lixo.

Vi um documentário no Animal Planet há algum tempo. Pelo que me lembro, não era sobre um animal específico, e sim sobre algumas espécies da região. O caso é que foram relatadas as situações de 2 famílias, não me lembro em que ordem: uma mamãe urso e uma mamãe foca, ambas com filhotes pequenos e frágeis que precisavam ser protegidos e alimentados.

A mamãe urso tentava caçar os filhotes de foca, pois essa era a única maneira de garantir a sobrevivência de sua cria. E dá-lhe imagens dos ursinhos famintos esperando a refeição que sua mãe haveria de trazer.

Corta para a mamãe foca, com seus filhos igualmente lindos, mas totalmente ameaçados pelo urso predador. Dessa vez vemos o desespero da família tentando escapar de fim tão trágico.

Para quem se torce nessa história? Quem é o vilão, malvado, impiedoso? Depende de quem está contando, depende de que lado você está, depende da perspectiva que você tem.

Assim acontece com a maioria das situações com as quais nos deparamos, é o velho ditado sobre os dois lados da moeda. Excluindo acontecimentos unânimes como o Holocausto e afins, ao darmos apenas um passo para o lado podemos encontrar versões alternativas para nossas tão fundamentadas opiniões.

Radicalizando um pouco, podemos concluir que tanta gente fazendo o bem por aí só se destaca porque há tanta injustiça acontecendo e tanta miséria e sofrimento ao nosso redor.

E ainda seguindo o raciocínio, há pessoas pensando o inverso: ao colocar-se em situação desfavorecida, talvez desagradável, considerando que tal ação beneficiaria somente outro alguém, estaria esse alguém na verdade prejudicando-as? Quer dizer, de seu ponto de vista, estariam sendo lesadas pela pessoa que simplesmente imaginou contar com sua consideração, respeito e altruísmo?

Mais uma vez, é tudo uma questão de perspectiva.

Há quem tem, e pode dar, há quem quer, precisa ter. O egoísmo é apenas a coroa do altruísmo.

Parada Cardíaca

"É definida como uma cessação súbita e inesperada dos batimentos cardíacos. O coração pára de bombear o sangue para o organismo e os tecidos começam a sofrer os efeitos da falta de oxigênio. O cérebro, centro essencial do organismo, começa a morrer após cerca de três minutos privado de oxigênio."

Só para fazer jus ao título do site, um breve sumiço creditado às tão previsíveis "festas" de fim de ano.

É isso aí. Todos preparados para agüentar muita merda, mas sempre torcendo para que não espirre tanto na gente assim.

16.12.04

Against all odds

Nuvens negras no horizonte. O mês de novembro se aproximava e eu acabara de perder o emprego, estava acima do peso, sem companhia e desanimada com tudo. Um inferno astral tenebroso se anunciava pela frente. Medo.

(Não sou de acreditar em astrologia, mas quem nunca leu a previsão para seu signo no jornal que atire o primeiro comment.)

Mas eis que eis que. Tudo começou numa sexta-feira, quando a amiga Tequila convidou para ir a uma pizzaria ótima ao lado de sua casa. Pois bem(1), ficamos até altas tomando cerveja e dando muita risada.

Dia seguinte, depois do meu curso de planejamento de todo sábado, fui com a amiga Lu e seu filho a um restaurante delicioso, onde ficamos até umas 5 e tanto da tarde. Na mesma ocasião conheci a Aline, que me convidou para sair com ela e seu namorado naquela noite. Fomos a um bar latino, promessa de uma noite estranha, com pessoas que eu mal conhecia e música que não gostava.

Pois bem(2). Apareceu um senhor americano todo sociável que cismou de conversar comigo e me apresentar para o bar inteiro. Acabei dançando salsa com um monte de gente, conhecendo pessoas muito legais e yatta yatta yatta.

Domingo. Almoço de aniversário em Cotia de uma amiga muito querida em uma casa maravilhosa. Churrasco com amigos que adoro, cerveja e boa música.

Boa música? Depois do aniversário fui para o Tim Festival, ver Libertines. Further comments? Li na Isto é que ouve um princípio de incêndio durante o show – “pouco notado pelo público”. Aí é que o jornalista se engana, foi notado, sim, se é que você me entende.

Segunda-feira, programa obrigatório. Segundas Intenções no Hotel Cambridge. A questã é que não foi uma festa como as outras, pela primeira vez eu interagi com os habitués do local. Isto é, dancei fiz coreografias e até acabei puxando um daqueles trenzinhos de que a festa toda participa e sai dançando pela pista. E num antro dominado pela preferência sexual pelo mesmo sexo, rolou até uma paquera masculina. Foi memorável.

Na terça, um programa inédito. Fui ao Buena Vista fazer aula de salsa (!) com um instrutor que conheci no sábado. Divertido é pouco para descrever. Depois uma parada no Frans para encerrar a noite bem e em boa companhia.

Quarta, segue a saga. Rey Castro, salsa again, só para aprender direitinho. Na quinta não saí, mas aluguei uns filmes e recebi amigos em casa em turnos variados. Ainda não parei.

Sexta fiquei só nos preparativos da segunda parte da Luta Contra o Inferno Astral. Dessa vez, em outro cidade e estado. Rumando para o Rio!

15.12.04

Atrasilda

Tenho um texto para escrever aqui já faz mais de um mês, mas a vida de quem não trabalha é mais corrida do que se pensa. É sobre o inferno astral, que este ano me surpreendeu mostrando que as chamas não são tão quentes assim - ou será que são, e isso as faz tão boas?

Anyway, como não consigo dizer se o tal relato sai ou não sai e quando, vou colocar aqui um texto alheio que é meio que um testemunhal do período - pelo menos de um desses dias. Palavras da amiga Agnes.

A Hard Day’s Night

Para um dia perfeito,
o céu nublado,
gato no telhado.
Bits por segundo,
roda o disco,
pulsa o tempo.
Presilhinhas no cabelo,
Allstar nos dois pés.
O mundo paramos,
para passar um café.
Perfeito, o tempo.
Esse, o nosso.
Dez cigarros mais,
Libertines!

Para um dia perfeito,
bastam-me vagens à provençal,
e ter para quem deixar essas magras linhas.

Para a Ana, que vive em música.

9.12.04

Smallville

Eu é que sou bruta ou os palitos de fósforo estão vagabundos demais hoje em dia?

Mais um jogador de futebol morreu.

Não quero ficar fazendo piada sobre a tragédia alheia.

Mas estou começando a achar que o futebol é a antítese do vôlei. Por isso, se vocês querem ter uma vida longa e saudável, fiquem longe desse esporte.

rápido e rasteiro

vai ter uma festa
que eu vou dançar
até o sapato pedir pra parar.

aí eu paro
tiro o sapato
e danço o resto da vida.

Chacal



Em homenagem à amiga Tequila, que tem sempre o palco sob seus pés; a seu namorido, que diz não gostar de pas-de-deux sem saber que há anos vem dançando junto com ela.

A todos que, como eu, aprenderam a dançar conforme o ritmo.

Porque a gente não tem motivos para comemorar, mas cantando, dançando, bebendo e se amando vamos vivendo.

Obrigada a todos que comemoram meu aniversário. Espero que quaisquer que sejam as tais mudanças que acompanham o 27º ano, elas não me afastem de vocês.

8.12.04

Aliens

Ok, Assis é a Freaklândia, então. Aceito.

Mas aqui em São Paulo é que está localizado o maior ponto de encontro bizarro que eu já presenciei. Duvida? Vá até o Terminal Barra Funda e veja por você mesmo. É de assustar.

Eu tenho um monte de outras coisas melhores para falar, mas não resisti. Depois de dar conta das urgências eu volto.

1.11.04

www.malvados.com.br

"Você só se torna infeliz se cair na besteira de pensar na vida."

Finados

Aparentemente, tragédias não são motivo de tristeza para todo mundo. A mídia, por exemplo, tende a aproveitar-se de mortes, principalmente quando súbitas e televisionadas ao vivo. Fora do mainstream, este humilde sítio não costuma a relacionar-se com tal tipo de fenômeno, mas ultimamente o número de acessos tem aumentado. É mais que normal a população demonstrar interesse pela doença que mata um atleta em pleno jogo, no que deveria ser o auge de sua condição física. E quando você tem um blog chamado Parada Cardíaca... Acaba recebendo parte da atenção.

Falando como alguém que compartilha a condição cardíaca, não sei se consigo ficar tão completamente chocada como as pessoas dizem estar. Todos temos limitações; todos vamos morrer. Por que não viver esse tempo que temos aqui da melhor forma possível? Ao que me parece, ninguém obrigava Serginho a jogar. Ele estava lá por livre e espontânea vontade e, provavelmente, porque era onde queria estar. Porque era o que gostava de fazer.

O que você faria? Prestaria faculdade de direito e largaria o futebol?

29.10.04

Balde

Como assim?!?! "Somente no Rio de Janeiro"?!?!

Staring at the sun

"Antes do Amanhecer" ainda rebobinando no videocassete, uma vontade assombrosa de correr até o cinema para ver "Antes do Pôr do Sol".

25.10.04

Notícias

Ok, chega de enrolar. Já fiquei tempo demais sem escrever. E, bem ou mal, é isso que faço, é isso que gosto de fazer.

Há duas semanas saí do meu trabalho e resolvi me dar férias. Não queria escrever por obrigação durante um tempo, por isso me afastei daqui também. Não passo mais meus dias em frente ao monitor, e ligar o computador aqui em casa parecia trabalho demais.

Há muito tempo não ficava tantos dias sem fazer nada, mas devo confessar que é difícil descansar. Principalmente na área de publicidade, nos acostumamos a trabalhar incansavelmente, madrugadas e fins de semana, daí a sensação estranha que acompanha o ócio. Sensação salpicada de culpa, por não tomar nenhuma atitude a respeito.

Tem sido muito difícil descansar de verdade.

Mas tem sido difícil também encontrar motivação para voltar ao trabalho.

De qualquer forma, estou aqui, estou de volta. Liguei o computador, instalei o word e me conectei à net.

Olá.

Aceito sugestões que possam me motivar a buscar um outro emprego, ganhar dinheiro etc. A melhor opção ganha uma cerveja sexta-feira que vem. O lugar é óbvio, né?

Senti saudades. Até mais.

29.9.04

Holden Caulfield II

“É engraçado. A gente nunca devia contar nada a ninguém. Mal acaba de contar, a gente começa a sentir saudade de todo mundo.”

J. D. Salinger – O Apanhador no Campo de Centeio

Holden Caulfield I

“Bom mesmo é o livro que quando a gente acaba de ler fica querendo ser um grande amigo do autor, para se poder telefonar para ele toda vez que der vontade.”

J. D. Salinger – O Apanhador no Campo de Centeio

Projeto Afrodite 2005

Shake, baby, shake
Whole lotta shakin' goin' on

28.9.04

Pressa

Nem toda correria é stress.

A gente corre para chegar ao fim de semana mais rápido, corre para um encontro especial, corre para ficar em forma, corre para dar tempo.

Na verdade, a gente corre para a vida não passar correndo pela gente.